6.9.07

Entrevista a Manuel Pinto, presidente da Comissão Organizadora do 5º Congresso da SOPCOM

O tema escolhido para o 5º Congresso da SOPCOM é “Comunicação e cidadania”e, segundo o Presidente da ~Comissão Organizadora, Prof. Manuel Pinto (foto), o assunto está marcado pela sua “transversalidade e capacidade de interessar a um grande leque de investigadores em Portugal.”

A SOPCOM tem, tradicionalmente, campos temáticos em torno dos quais se estrutura, especialmente nos congressos. “Há algumas variações, porque há o próprio processo social e cultural, que muitas vezes aconselha a introduzir algumas áreas novas, ou até então a especificidade da instituição que o promove pode levar a dar particular ênfase a esta ou àquela área”, esclarece o presidente.

Numa análise ainda preliminar ao conteúdo das centenas de comunicações que vão ser apresentadas, Manuel Pinto afirma que as preocupações de muitos dos participantes se direccionam para o cruzamento entre tecnologia e cidadania, ou seja, para “o papel dos cidadãos e das audiências, para a iniciativa dos tradicionais receptores e as novas ferramentas na Internet, para as novas plataformas de participação, e todos os processos de geração de conteúdos por parte dos utilizadores”.

A UM acolhe este congresso pela primeira vez e, na opinião do docente, a escolha justifica-se: “No campo das Ciências da Comunicação, a nossa é uma das escolas de referência no país, seguramente. Não é por acaso que teve o curso mais bem classificado do país, e também o Centro de Investigação mais bem avaliado por dois painéis internacionais diferentes”.

Estes encontros são, para o investigador, “tempos de informação sobre o que cada um anda a fazer, e eventualmente altura para ficar a par de investigações de ponta, investigações em campos novos”. E conclui: “Trata-se, de alguma forma, de socializar, pôr a circular, partilhar resultados. Estes são tempos de encontro entre investigadores, em que os corredores, os intervalos, as refeições, são também extremamente importantes”.

A SOPCOM, como explica o professor, baseia-se nos Grupos de Trabalho permanentes, existindo já alguns consolidados. “Entre congressos, esses grupos vão desenvolvendo outras actividades, articulando investigações, pensando em publicações comuns, como acontece já noutras áreas”, informa. Um dos propósitos do congresso é criar oportunidades para reforçar essa tendência e formar mais grupos permanentes.

Outro dos desígnios é proporcionar um conjunto de perspectivas bastante diversas, “trazendo convidados da área da tecnologia e investigação dos cenários futuros que estão em embrião, como o digital e as redes, em particular a Web, a comunicação intercultural, as questões ligadas à ética, à alfabetização digital e o modo como essa dimensão é tão importante hoje para o exercício da cidadania”.

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