7.9.07

Sessão de Estudos Televisivos

Eduardo Cintra Torres, da Universidade Católica Portuguesa, apresentou a comunicação "A mala-posta inglesa e o autocarro da selecção", onde comparou dois textos separados entre si 155 anos. O primeiro é um ensaio literário de 1849, a respeito da difusão, por meio de diligências do correio inglês, sobre as vitórias militares contra a França na Guerra Peninsular. O segundo é a transmissão televisiva em directo da viagem da Selecção Nacional de Futebol, em 2004, a bordo de um autocarro entre Alcochete e o Estádio da Luz, em Lisboa. Cintra Torres concluiu que “o que liga mais as pessoas são as emoções”. Segundo o investigador "Ambos os textos servem de um símbolo individualizado (a mala-posta/o autocarro) e de um símbolo colectivo (a multidão) para representar a fusão ao mesmo tempo temporal e atemporal entre o colectivo e uma idéia de pátria".

Nuno Goulart Brandão, do Instituto Superior de Novas Profissões, falou sobre “Responsabilidade social da Televisão, novos mercados e incertezas”. Defendeu que o o serviço público é importante, pois "existem conteúdos que só surgem porque há um suporte publicitário por trás, para obter audiências". Concluiu que "a televisão é uma representação do quotidiano e dificilmente podemos passar sem ela. Tem um importante papel na vida quotidiana, como um verdadeiro exercício de cidadania, o que faz aumentar o seu peso de responsabilidade social na sociedade".

Felisbela Lopes, da Universidade do Minho, apresentou o estudo "SIC e TVI longe das recomendações da ERC (Entidade Reguladora de Comunicação)". Para a investigadora, apesar da deliberação desta entidade, estes canais não cumprem o que lhes foi imposto, como a diversificação de géneros de informação. Segundo Felisbela Lopes, "somos bombardeados todos os dias por ficção, onde as personagens passam de enredo para enredo" e a situação tente a permanecer como está "porque há muito silêncio".

Vânia Castro.

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